sexta-feira, 23 de março de 2012

Um Guerreiro ou um Vaso Ruim? – Os últimos passos de um vencedor (JR Burnier)

                Sempre me chamou a atenção uma expressão utilizada em minha casa: - “Vaso ruim não quebra fácil!”. Essa expressão era utilizada para designar uma pessoa que tenha cometido muitas maldades em sua vida e então passava por sofrimentos enormes antes de morrer. Essa pessoa era considerada um vaso ruim.
Quando terminei de ler o livro do repórter José Roberto Burnier sobre a vida e os últimos meses de luta do ex-presidente da República José de Alencar chamado Os últimos passos de um vencedor, essa frase ficou martelando em minha cabeça: “Vaso ruim não quebra fácil!”. Não que exista uma regra ou que essa seja uma forma julgamento de DEUS, nem estou aqui discutindo religião.
                A biografia narrada por Burnier alterna entre a narrativa da história de José de Alencar e o vangloriar-se de Burnier sobre sua rede de contatos e passagens livres dentro do hospital Sírio Libanês em São Paulo, talvez ele deva mesmo vangloriar-se afinal não deve ser fácil ter contatos e passe livre dentro de um hospital tão conceituado.
                Como crítico que sou e não posso deixar de ser, tenho alguns pontos a comentar, sobre o que me fez pensar sobre a frase: “Vaso ruim não quebra fácil!”.
A narrativa mostra que antepassados de Alencar possuíam escravos o que leva-nos a imaginar que possuíam algum poder. A carreira de Alencar ganha novo ritmo de crescimento, aliás, um espantoso ritmo, após o contato de Zezé como era chamado José Alencar com Luiz de Paula Ferreira um politico da região nessa época deputado federal com quem fundou a Coteminas contando com incentivos governamentais.
                Tal carreira e crescimento despertam inveja, cobiça, ira, enfim, sentimentos menos nobres e fazem crescer o número de desafetos a rezar por nossa “saúde”.
                Ainda traz o livro uma história pouco detalhada sobre uma possível filha bastarda do finado ex-vice-presidente que seria fruto de um relacionamento extra-conjugal dos tempos de dono de loja em Minas Gerais, cujo processo julgado por duas vezes em favor da filha, enfrenta ainda recurso em útima instância do Zezé, que recusou-se a realizar exames de DNA.
                Apenas para constar e longe de tentar influenciar a opinião de cada um, mas o corpo de Alencar foi cremado, o que sem dúvida dificultaria alguma tentativa de realização de exame pós-mortem.
                Um guerreiro ou um vaso ruím? Um guerreiro ou um vaso ruím? Talvez agora seja essa a frase que fique martelando em minha cabeça.
Rodrigo Rosa, em contínua evolução é futuro engenheiro com uma visão de mundo realmente crítica, acredita nas pessoas, adora política e odeia político, apartidário, crente em DEUS e nos homens de boa vontade.

domingo, 18 de março de 2012

Quando me tornei Engenheiro

É engraçado como a teoria da relatividade¹ tem efeitos mais importantes e engraçados do que sugerimos em nossas vidas. Como meu primeiro texto publicado resolvi utilizar-me dos conceitos básicos dessa teoria para explicar quando me tornei Engenheiro.
Lembro-me que tinha entre cinco e seis anos de idade e meu pai trouxe um brinquedo desses de montar, com peças que se encaixavam somente nas formas correspondentes, ou seja, um circulo encaixa-se no circulo, o quadrado no quadrado e assim por diante, passei alguns minutos examinando o brinquedo e rapidamente resolvi o problema, minha principal recordação de quando terminei de montar e encaixar as peças é o encantamento com que fui mostrar para meus pais aquela façanha.
Lembrei-me de contar essa história em casa em um desses encontros de família, e disse que ali me tornei engenheiro, pois aquele brinquedo me encantou, mesmo que em escala apropriada para uma criança exigia conhecimento de geometria, análise crítica, intuição e lógica.
A questão é que meu pai me disse que também percebeu naquele momento que eu tinha grande potencial para me tornar um engenheiro, pois, logo após olhar bastante para o brinquedo, busquei na garagem uma caixa de ferramentas dele e serrei as peças em pequenos pedaços que caberiam em qualquer um dos encaixes do brinquedo.
Minha mãe disse também ter percebido naquele momento que eu seria engenheiro, já que na verdade, o brinquedo não era pra mim e mesmo assim, sem pedir permissão ou perguntar qualquer coisa, abri a caixa e passei a tentar montá-lo como se fosse minha responsabilidade.
Meu irmão que na época tinha 4 anos, isso mesmo 4 anos, um pouco mais sutil me disse que também percebeu que eu seria um grande engenheiro, já que pedi para ele me ajudar o tempo todo segurando as peças e me passando a serra e quando terminei de encaixar as peças, dizia a meus pais:
-              Olha EU montei, EU montei!
Engraçado se não fosse trágico a forma como é encarado o trabalho de um Engenheiro, mas é daí que temos de extrair conhecimento e tentar melhorar nossos atos, mesmo sabendo que somos as pessoas mais importantes do mundo!
Abraços a todos e continuo aqui #Engenheirando
  1. A teoria da relatividade é o conjunto de duas outras, relatividade geral e relatividade restrita, utilizado aqui com licença poética para analisar diversos pontos de vista.
Rodrigo Rosa, em contínua evolução é futuro engenheiro com uma visão de mundo realmente crítica, acredita nas pessoas, adora política e odeia político, apartidário, crente em DEUS e nos homens de boa vontade.